sexta-feira, 10 de outubro de 2008

SE ME DEIXARES, EU DIGO

Se me deixares, eu digo
O contrario a toda a gente;
E, n'este mundo de enganos,
Falla verdade quem mente.
Tu dizes que a minha boca
Já não acorda desejos,
Já não aquece outra boca,
Já não merece os teus beijos;
Mas, tem cuidado commigo,
Não procures ser ausente:
- Se me deixares, eu digo
O contrario a toda a gente.

António Botto, in 'Canções'

3 comentários:

Anónimo disse...

Enfim... o FIM!
O fim, doloroso (pelo menos para um / UNO), de algo ou o começo de ...?
Há quem acredite que nada dure para sempre,'sempre' realmente é muito tempo!!! Afinal secalhar até têm razão, uns e outros.
Boa união de musica/poema. Continua, estás a ir no bom caminho.

A. Pedro Ribeiro disse...

O Charlie Chaplin e esses belos poemas que eu não conhecia. Dizem que tenho andado pelo lado negro, pela noite e que tenho descurado a luz. A verdade é que ando a cumprir uma espécie de missão, dizem. Porque não dizes esses poemas no Púcaros?

A. Pedro Ribeiro disse...

Deveriamos celebrar mais, o tinir dos copos, a vida.