Sábado foi e caprichoso o beijo dado,
Capricho de varão, audaz e fino
Mas foi doce o capricho masculino
A este meu coração, lobinho alado.
Não é que creia, não creio, se inclinado
sobre minhas mãos te senti divino
E me embriaguei, compreendo que este vinho
Não é para mim, mas jogo e roda o dado…
Eu sou a mulher que vive alerta,
Tu o tremendo varão que se desperta
E é uma torrente que se desvanece no rio
E mais se encrespa enquanto corre e poda.
Ah, resisto, mas me tens toda,
Tu, que nunca serás de todo meu.
Alfonsina Storni
(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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8 comentários:
é....
Ah! houve tempo!...
O importante é estar alerta, e jogar o jogo da vida (seja ele qual for), e tudo o que a mesma acarreta.
É o dar tudo, é o dar-se toda sem receber em igual medida.
"E me embriaguei, compreendo que este vinho não é para mim, mas jogo e roda o dado…" - quem pode contrariar uma embriaguez? Já sabemos que ao acordar, no dia seguinte, vai doer a cabeça, mas a noite anterior era tão irresistível... arranhões deliciosos.
Hmm... arranhões...até fiquei com água na boca!!!
A musica da Llasa, é para homenagea-la?!
Llasa de Sela ouve-se em qualquer ocasião e então aqui no blog encaixa na perfeição. Sobretudo neste poema.
Ah, água na boca por arranhões desses? Não seja por isso que passes mal, quer-me parecer que o tempo urge...
O tempo urge e a vontade aumenta...
P.S.: A Llasa morreu dia 1 deste mês, daí eu ter perguntado se era para homenagea-la.
Llasa é para mim uma artista de culto. Quando se diz correntemente que o mundo fica mais pobre com a morte de uma pessoa, no caso da Llasa de Sela fica irrecuperavelmente mais pobre e triste. No ano passado foi-se o meu poeta de maior inspiração, este ano foi-se a musica mais íntima.
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