Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma tenho a calma,
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! Não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett
E eu n'alma tenho a calma,
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! Não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett
8 comentários:
Hmm...ora aqui está um bom poema, que me deixa quase sem palavras. E que me parece que remata a troca de ideias que tem vindo a acontecer.
Simplesmente faz-me pensar...
Mas EU substituiria o 'QUERO-TE' por DESEJO-TE! (gosto de ler o poema fazendo esta troca de palavras, pessoalmente diz-me mais). É apenas a minha opinião.
Tal e qual proclama um dos mandamentos de Dionisio:
Não negarás as delícias da carne a quem abriste o céu de tua alma.
adalberto monteiro
Acho sublime esta forma sedutora e dolorosa que o poeta dá ao "querer".
Para quando um poema escrito por ti Claudia?
Nativo,
um destes dias lá me decidirei, mas entretanto há poemas tão bonitos de autores tão diversos, uns maiores do que outros, que vamos tendo água para a sede. E este "não te amo, quero-te" não me canso de reler. Parece cor primária da poesia.
ao contrário do Nativo não pressiono Cláudia por algo da lavra dela, por ora me contento com ela nos dedicando poemas escolhidos especialmente para nós como nos servisse martini de boa safra como se martini fora vinho.adalberto monteiro
"Be sure to wear some flowers in your hair...
All across the nation such a strange vibration
People in motion
There's a whole generation with a new explanation
People in motion people in motion...
Be sure to wear some flowers in your hair..." - música de Scott McKenzie num contexto de Paz E Amor ;)
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